Isabelly de Freitas, de 3 anos, foi espancada até a morte pela mãe e padrasto - Foto: Reprodução

O crime que chocou Santa Catarina teve sentença de mais de 40 anos para o padrasto e 36 para a mãe da criança

Nove meses após a morte de Isabelly, uma menina de apenas três anos, a justiça foi feita em Indaial, Santa Catarina. O julgamento dos réus, a mãe e o padrasto da vítima, aconteceu nos dias 3 e 4 de dezembro, somando 17 horas de análise e fortes momentos de emoção. O padrasto foi condenado a 41 anos e nove meses de prisão, enquanto a mãe recebeu pena de 36 anos e 11 meses. Ambos ainda foram sentenciados por ocultação de cadáver e comunicação falsa de crime.

Os crimes aconteceram no dia 4 de março, na casa da família no bairro Rio Morto, em Indaial. De acordo com a investigação, Isabelly foi brutalmente agredida pelo casal após se recusar a comer. As lesões, concentradas principalmente na cabeça, causaram traumatismo craniano, levando à morte da criança. Em seguida, os dois colocaram o corpo da menina em uma mala e a enterraram em uma cova rasa, numa área de mata fechada. Inicialmente, alegaram à polícia que a menina havia desaparecido, mas as investigações revelaram a verdade.

Durante o julgamento, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) apresentou provas contundentes, incluindo depoimentos, áudios e imagens que detalhavam a violência sofrida pela criança. O promotor de Justiça, Thiago Madoenho Bernardes da Silva, destacou o impacto emocional do caso: “Foi um dos júris mais emocionantes que já fiz, porque envolve uma criança de três anos. Hoje, Isabelly pode descansar em paz.”

O caso foi revelado no dia 6 de março deste ano - Divulgação/Reprodução/ND
Família pede justiça em Tribunal do Júri – Foto: Reprodução

O júri considerou os agravantes previstos na Lei Henry Borel, que endurece penas para crimes cometidos contra crianças em contexto de violência doméstica. A sentença também levou em conta a relação parental entre os réus e a vítima.

O caso que chocou o país
O assassinato de Isabelly mobilizou a comunidade e gerou comoção nacional. Parentes paternos da menina, que acompanharam o julgamento com camisetas pedindo justiça, não esconderam a emoção ao ouvirem a sentença. A avó, dona Helena, afirmou que a condenação trouxe alívio à família, mas a dor da perda é irreparável.

O casal segue preso e não terá direito de recorrer em liberdade.