Fernanda Isolani sofreu agressões graves do ex-companheiro e busca por justiça – Foto: Arquivo Pessoal/G7SC

Caso emblemático expõe a gravidade da violência doméstica em Santa Catarina

A vida de Fernanda Isolani, de 45 anos, residente em Blumenau, mudou drasticamente em junho de 2024. A mulher foi violentamente agredida pelo ex-companheiro às margens da BR-282, em São Francisco do Sul. Nove meses após o crime, ela compartilha sua trajetória de superação e luta por justiça.

O caso segue em segredo de justiça na comarca de São Francisco do Sul. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou o agressor pelos crimes de abuso sexual e lesão corporal, enquanto Fernanda acredita que também houve tentativa de feminicídio.

Agressões e Tentativa de Separação

Fernanda relata que o relacionamento começou de forma harmoniosa, mas com o tempo passou a apresentar comportamentos abusivos. O ex-companheiro não aceitava o término, e ela tentou a separação pelo menos três vezes. No fim de semana da agressão, Fernanda viajou com ele para sua casa na Praia do Ervino, onde afirma ter sofrido violência sexual e sido impedida de sair.

Ao tentar retornar para Blumenau, a mulher conta que o homem passou a fazer comparações e agressões psicológicas. No trajeto, ele parou o carro repentinamente e, segundo testemunhas, a agrediu violentamente, aplicando um “mata-leão” e empurrando-a em uma ribanceira.

Com o impacto, Fernanda sofreu quatro fraturas no rosto e precisou passar por uma cirurgia reconstrutiva. O agressor foi preso em flagrante, mas foi liberado na audiência de custódia.

Defesa do Acusado

A defesa do homem negou as acusações e declarou que ele foi surpreendido pelo processo e suas repercussões. Em nota enviada à NDTV Record, os advogados afirmaram que o Judiciário tem agido de forma isenta e que acreditam que toda a verdade será esclarecida durante o andamento do caso.

Ainda segundo a defesa, o alto número de ações judiciais movidas contra o acusado levanta questionamentos sobre a motivação das denúncias. “Pode haver mais do que uma simples busca por justiça, talvez um desejo de vingança ou vantagem financeira”, diz o comunicado.

Medo e Insegurança

Mesmo com medidas protetivas, Fernanda afirma que não se sente segura, pois o ex-companheiro tem uma residência no mesmo bairro onde ela vive com as filhas. Ela evita frequentar lugares onde ele costumava estar e carrega consigo o botão do pânico da Rede Catarina, programa da Polícia Militar para proteção de mulheres vítimas de violência.

Enquanto aguarda a decisão judicial, Fernanda foca na sua recuperação física e emocional, reforçando a importância do autocuidado para seguir em frente. “Espero que o Judiciário aja com responsabilidade, pois há muitas mulheres e famílias envolvidas nessa realidade”, finaliza.

Como Denunciar Violência Doméstica

Toda violência doméstica deve ser denunciada sob a Lei Maria da Penha. Em Santa Catarina, a denúncia pode ser feita:

  • Online: Na Delegacia Virtual da Mulher
  • WhatsApp: (48) 98844-0011
  • Aplicativo: PMSC Cidadão
  • Telefone: 181 (Polícia Civil) | 190 (Polícia Militar) | 180 (Disque Denúncia)

Fonte: ND+