
Em sessão itinerante em Balneário Camboriú, parlamentares destacam urgência de investimentos após indicadores alarmantes de sinistros
Durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), realizada nesta terça-feira no município de Balneário Camboriú, parlamentares dedicaram debates ao grave estado do trecho norte da BR-101. Dados apresentados pela Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina (Fetrancesc) apontam que a rodovia registra índices de acidentes e fatalidades muito acima da média nacional, mobilizando a atenção dos representantes estaduais.
Segundo levantamento, esse segmento da rodovia tem taxa de mortes até 500% superior à média brasileira, e os sinistros chegam a apresentar elevação de mais de 1.100% em relação a outras vias federais no estado. Os números evidenciam um problema crítico de segurança viária, infraestrutura e logística.
A deputada Paulinha (Podemos) destacou que o contrato de concessão com a Arteris Litoral Sul ainda vigora por sete anos, com mais de 800 descumprimentos contratuais registrados até o momento — sem avanço nas vias marginais entre Porto Belo e Itajaí. “É muita gente morrendo. Temos que nos unir, independente de bandeira ideológica ou de governo”, afirmou.
Os deputados Sérgio Guimarães (União), Mauro de Nadal (MDB) e Camilo Martins (Podemos) reforçaram as críticas, lembrando do trecho do Morro dos Cavalos, palco de acidentes graves recentes. Também cobraram alternativas de transporte coletivo de massa, como trens ou metrôs, para reduzir a dependência da rodovia.
Entre as soluções apresentadas, foi mencionada a implantação da Via Mar, ligação entre o contorno da Grande Florianópolis e Joinville, que serviria como rota alternativa para desafogar a BR-101. Segundo o deputado Carlos Humberto (PL), a Frente Parlamentar responsável já garantiu ordem de serviço para licitação e estudos, mas as obras só devem iniciar em 2026.
Lideranças políticas e do setor logístico alertam que o problema gera perdas bilionárias anuais para o estado, afetando o transporte de cargas, o turismo e o deslocamento diário da população. Enquanto isso, motoristas seguem enfrentando trânsito constante, risco elevado e sensação de abandono.
O recado da sessão foi direto: sem marginais, sem vias alternativas e sem fiscalização rigorosa da concessão, a BR-101 continuará como um gargalo que compromete vidas, a economia e a qualidade de vida no litoral catarinense. Agora, cabe ao Estado, União e iniciativa privada responderem à demanda da região e estabelecerem um cronograma real de entregas.









