Foto: Eduardo Valente/ SECOM/G7SC

Profissionais buscam reestruturação da carreira e melhorias salariais

Em assembleia realizada na quarta-feira (22), policiais penais e agentes de segurança socioeducativos de Santa Catarina decidiram, com 98,8% de aprovação, entrar em estado de greve. A principal reivindicação da categoria é a melhoria nas condições de trabalho, incluindo a reestruturação da carreira e a recomposição salarial. O governo estadual foi notificado da decisão na sexta-feira (24) e tem um prazo de 30 dias para se manifestar.

Ferdinando Gregório, presidente da Associação dos Policiais Penais do Brasil (Ageppen Brasil), destacou que as solicitações foram encaminhadas ao governo em 22 de outubro de 2024, sem retorno até o momento. Entre as principais queixas estão a falta de uniformes, escassez de materiais essenciais como luvas para revistas nas celas e o déficit de efetivo, que resulta em sobrecarga de trabalho e adoecimento dos profissionais.

Santa Catarina possui aproximadamente 3,6 mil policiais penais e 600 agentes socioeducativos, distribuídos em 56 unidades prisionais e 39 unidades de atendimento a adolescentes infratores. Caso não haja resposta do governo dentro do prazo estipulado, a categoria planeja iniciar a “greve de zelo”, na qual as atividades serão realizadas estritamente dentro do horário de expediente, sem serviços extras, como escoltas para audiências e procedimentos médicos.

Ferdinando Gregório alerta que essa operação padrão pode “travar o sistema”, já que atualmente os profissionais realizam atividades além das suas atribuições legais. Ele exemplifica que, em uma escolta hospitalar, seriam necessários dois policiais para cada preso, mas, na prática, um único policial tem sido responsável por até cinco detentos.

A Operação Legalidade deve começar no fim de fevereiro ou início de março – Foto: Internet/Reprodução/ND
Foto: Internet/Reprodução/G7SC

A Secretaria de Estado de Justiça e Reintegração Social (Sejuri) afirmou que não foi procurada pela associação para diálogo, mas está à disposição para conversas. A pasta reforçou o compromisso com a transparência e a responsabilidade na gestão do sistema prisional e socioeducativo, destacando investimentos em equipamentos para os profissionais e a busca por segurança para a sociedade catarinense.

Se as reivindicações não forem atendidas até 22 de maio, os policiais penais podem deflagrar uma greve total, interrompendo todas as atividades, exceto as essenciais, como fornecimento de alimentação e atendimento à saúde dos detentos.