Logo da AstraZeneca em Macclesfield, na Inglaterra 19/05/2014 REUTERS/Phil Noble

Laboratório decidiu pela interrupção temporária do trabalho após suspeita de reação grave em voluntário

Na noite da última terça-feira (9), a farmacêutica AstraZeneca confirmou que fará uma suspensão nos testes clínicos de sua vacina, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford- o que imediatamente gera dúvidas e apreensão em todos que esperavam um imunizante o mais rápido possível. Mas, segundo o laboratório, o momento é mais de cautela do que de pânico.

O laboratório ainda afirmou que a paralisação dos estudos com o medicamento ocorre devido a um episódio de reação adversa de um voluntário no Reino Unido. A vacina também está sendo testada no Estados Unidos, África do Sul e Brasil.

A AstraZeneca não informou qual foi a reação adversa contatada, mas o jornal americano “The New York Times” informou que o voluntário em questão apresentou uma síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal. O trabalho dos especialistas, então, é determinar se o problema foi causado por alguma reação à vacina ou se o paciente desenvolveu a doença por outros fatores.

Segundo a farmacêutica, uma pausa durante a terceira fase de testes clínicos de um medicamento é normal, já que essa última fase serve exatamente para isso: encontrar efeitos adversos e garantir a eficacia do imunizante.

“Como parte dos ensaios clínicos randomizados e controlados em andamento do COVID-19 vacina AZD1222, nosso processo de revisão padrão foi acionado e nós voluntariamente pausamos a vacinação para permitir a revisão dos dados de segurança por um comitê independente”, diz a farmacêutica em nota.

“Esta é uma ação de rotina que deve acontecer sempre que houver um potencial doença inexplicada em um dos ensaios, enquanto é investigado, garantindo que mantemos a integridade das provações”, conclui.

O laboratório diz estar trabalhando para revisar os resultados do teste o mais rápido possível, para minimizar qualquer impacto no cronograma do ensaio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a vacina da AstraZeneca é provavelmente a mais avançada das nove candidatas em fases finais de testes.

De acordo com a rede britânica BBC, os testes podem ser reiniciados em alguns dias com decisão do órgão regulador britânico.