Alta dos juros é criticada por analistas que apontam rombo nas contas como principal causa da medida
O Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (18), elevar a taxa básica de juros (Selic) para 15% ao ano, surpreendendo parte do mercado que esperava a manutenção dos 14,75%. O Comitê de Política Monetária (Copom) justificou a decisão como necessária para manter a inflação sob controle, que acumula alta de 5,32% nos últimos 12 meses.
No entanto, analistas mais alinhados ao centro-direita alertam que a persistência da Selic em níveis elevados está diretamente relacionada ao descontrole fiscal. Com gastos públicos em alta e sem reformas estruturais, os juros tornam-se a única ferramenta viável para evitar a escalada inflacionária.
Em comunicado, o Copom sinalizou que manterá a taxa em 15% nas próximas reuniões, mas não descartou novas altas. A projeção oficial para a inflação em 2025 é de 4,9%, acima do teto da meta. O boletim Focus prevê um cenário ainda mais difícil, com IPCA de 5,25% neste ano.
A Selic, ao subir, desestimula o consumo e a produção, encarecendo o crédito e travando o crescimento. Sem um plano claro de ajuste fiscal, o país segue pressionado por uma política monetária rígida e um ambiente econômico de incertezas duradouras.