Imagem aérea mostra a intensa mobilização policial e de equipes de emergência após o ataque a tiros na praia de Bondi, em Sydney — Foto: Reprodução

Tiroteio no primeiro dia de Hanukkah é classificado como ato de terrorismo e antissemita, causando choque nacional

Um massacre durante uma celebração do festival judaico de Hanukkah na famosa Bondi Beach, em Sydney, Austrália, deixou pelo menos 12 pessoas mortas e dezenas de feridos neste domingo (14), em um dos dias mais sombrios da história recente do país. O ataque ocorreu no início da noite, quando centenas de participantes participavam do evento “Chanukah by the Sea” em um parque próximo à praia, em meio a famílias e crianças reunidas.

Testemunhas relataram momentos de pânico e correria quando os atiradores abriram fogo de uma ponte pedonal sobre a área do festival, com relatos de dezenas de disparos e gritos de socorro enquanto pessoas tentavam escapar da linha de tiro. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram cenas de desespero e confusão entre a multidão.

A polícia de Nova Gales do Sul confirmou que dois suspeitos foram detidos — um foi morto no local e o outro levado sob custódia em estado crítico — e registrou pelo menos 29 feridos em hospitais da região, incluindo dois policiais que responderam prontamente à emergência.

Homem imobiliza e desarma um dos atiradores em ataque em praia da Austrália;  veja vídeo - Estadão
Pessoas deixam a praia de Bondi em meio à correria e ao pânico após o ataque a tiros durante a celebração de Hanukkah — Foto: MIKE ORTIZ/Reprodução

Autoridades australianas classificaram o episódio como um ato de terrorismo motivado por ódio antissemita, destacando que o ataque foi deliberado contra a comunidade judaica no primeiro dia de Hanukkah, uma celebração religiosa que simboliza luz e esperança. O comissário de polícia descreveu a ação como premeditada e brutal, acrescentando que ainda estão sendo investigadas possíveis conexões adicionais ou a participação de terceiros.

Várias equipes de emergência, incluindo unidades especializadas em explosivos, foram mobilizadas após a descoberta de itens suspeitos, como possíveis artefatos explosivos em um veículo próximo ao local do ataque — elementos que ampliam a complexidade da investigação.

Imagem aérea das equipes atuando após tiroteio na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália — Foto: Reuters/Reprodução
Vista aérea mostra a mobilização de equipes de segurança e resgate após o ataque a tiros durante evento judaico na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália – Foto: Reuters/Reprodução

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, reagiu com consternação, classificando o ataque como “chocante e profundamente angustiante” e reafirmou o compromisso do governo em proteger todas as comunidades e combater o antissemitismo de forma rigorosa.

Líderes internacionais também se manifestaram, com condenações veementes e mensagens de solidariedade às vítimas e à comunidade judaica em todo o mundo. O secretário-geral da ONU qualificou o ataque de “hediondo e mortal”, ressaltando que atos de ódio e violência religiosa não encontram justificativa em nenhum lugar.

Organizações comunitárias lamentaram a perda de vidas e destacaram que um rabino local estava entre as vítimas fatais, reforçando o impacto devastador do ataque sobre uma comunidade que se reunia em um momento de celebração.

Imagens impressionantes de civis arriscando suas próprias vidas para desarmar um dos atiradores circularam nas redes e foram descritas por líderes como atos de coragem em meio ao horror.

O episódio representa um dos piores confrontos violentos em décadas na Austrália, um país com leis rigorosas sobre armas de fogo, lembrando tragédias passadas e intensificando o debate sobre segurança, vigilância e proteção de minorias.