
Produção estimada em 594 mil toneladas em 2025/26 gera queda de até 25% nos preços
A queda no preço da cebola começa a chegar ao bolso do consumidor nas feiras e supermercados do país, impulsionada por uma safra robusta em Santa Catarina. O estado projeta produzir 594 mil toneladas na temporada 2025/26 — um crescimento estimado de 6,9% frente ao ciclo anterior.
Esse avanço se explica por um leve aumento da área plantada (1,2%) e ganhos em produtividade, que passou de 28,8 para 30,4 toneladas por hectare. Clima favorável e manejo eficiente têm sido apontados como fatores decisivos.
A colheita já começou, especialmente no polo de Ituporanga, no Alto Vale do Itajaí, considerado berço da produção estadual e conhecido como “capital nacional da cebola”. Um evento com mais de 500 produtores marcou o início do ciclo e discutiu tecnologias agrícolas.
No mercado atacadista, os preços também já recuam. Em Santa Catarina, a cebola negociada caiu de média de R$ 57,02 para R$ 42,56 por saca de 20 kg, uma retração de 25,4%. E já há sinais de queda em outras regiões do país.
Esse cenário beneficia o consumidor, mas preocupa os produtores. Muitos estão com margens estreitas e dependem de estratégias como armazenamento, comercialização eficiente e redução de perdas para sobreviver ao momento.
A forte oferta nacional também reduziu as importações. No primeiro semestre de 2025, o Brasil comprou apenas 133,9 mil toneladas, uma queda de 53,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Santa Catarina segue como protagonista do abastecimento nacional.
Enquanto isso, produtores monitoram as condições climáticas. Estimativas da Epagri indicam que mais de 90% das áreas produtoras estão em boas condições fitossanitárias, embora cerca de 10% enfrentem desafios com doenças fúngicas ou frio excessivo.
Se o clima mantiver estabilidade, espera-se que os preços continuem pressionados para baixo, beneficiando quem compra, mas exigindo resiliência e planejamento para quem planta.