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Votação no Parlamento destitui Yoon Suk Yeol; país enfrenta instabilidade política e renúncia de ministros

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi destituído neste sábado (14) após o Parlamento aprovar a moção de impeachment por 204 votos a favor, de um total de 300 deputados. A crise teve origem na controversa imposição de lei marcial, que durou apenas seis horas, em 3 de dezembro, mas deixou o país em convulsão política. A medida, considerada inconstitucional e uma tentativa de intimidação, gerou reações intensas da oposição e da população, culminando no afastamento do chefe de Estado.

A sessão decisiva ocorreu sob clima tenso. Deputados do Partido Democrático, oposição majoritária, lideraram o processo com a justificativa de que Yoon “ameaçou a ordem constitucional e a paz do país” ao acionar forças militares e policiais durante disputas parlamentares. O decreto de lei marcial foi rapidamente anulado após forte pressão política e social.

Com o impeachment aprovado, os poderes presidenciais de Yoon foram imediatamente suspensos. Segundo a Constituição sul-coreana, o primeiro-ministro Han Duck-soo assume interinamente até que a Corte Constitucional confirme ou rejeite o afastamento. Caso a decisão seja mantida, uma nova eleição presidencial será realizada em até 60 dias.

Além disso, o governo enfrentou deserções de peso nos últimos dias. O ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, renunciou pouco após a imposição da lei marcial, seguido pelo ministro do Interior, Lee Sang-min, intensificando a sensação de crise e perda de governabilidade.

Manifestações contrárias ao presidente eclodiram em várias cidades do país, enquanto o índice de aprovação de Yoon despencou. A população demonstrou insatisfação com as tentativas do governo de justificar a medida sob alegação de ameaças “comunistas”, consideradas infundadas pelos críticos.

A Coreia do Sul agora enfrenta um período de incerteza, com impactos econômicos e diplomáticos já percebidos desde o início da crise. O desfecho do impeachment dependerá da análise da Corte Constitucional, que deverá deliberar nos próximos meses sobre a legalidade do afastamento.

Fonte: CNN Brasil