Dina Boluarte deixa a presidência do Peru após impeachment e crise política marcada por escândalos e protestos – Foto: @presidenciaperu/X

Impeachment ocorre após aumento da violência e escândalos envolvendo o governo

O Congresso do Peru aprovou, na noite desta quinta-feira (9), o impeachment da presidente Dina Boluarte, marcando o fim de seu mandato em meio a uma grave crise política e crescente violência no país.

Boluarte, de 63 anos, foi a primeira mulher a assumir a presidência peruana em dezembro de 2022, após a destituição de Pedro Castillo, de quem era vice. Seu mandato estava previsto até julho de 2026, mas ela perdeu apoio de partidos aliados e enfrentou quatro moções de derrubada.

Parlamentares apontaram “incapacidade moral permanente” para exercer suas funções. Com a destituição, o presidente do Congresso, José Jerí, assumirá interinamente a presidência até as eleições programadas para abril.

O agravamento da crise foi evidenciado por um ataque a tiros contra músicos da banda Agua Marina em Lima, que deixou quatro feridos e provocou indignação pública. O episódio evidenciou a dificuldade do governo de conter a criminalidade e aumentou os protestos em diversas regiões.

Durante seu mandato, Boluarte enfrentou escândalos como o “Rolexgate”, envolvendo relógios de luxo recebidos como suposta propina, e polêmicas pessoais, como uma cirurgia estética realizada sem informar o Congresso.

Vazamentos de imagens de Boluarte após a cirurgia também provocaram manifestações duramente reprimidas, que resultaram em mais de 50 mortes. A presidente já havia escapado de outro processo de impeachment em abril, mas o desgaste político acumulado tornou sua saída inevitável.

Fonte: ND+