Agentes da Polícia Federal cumprem mandados de busca e apreensão em cidades de Santa Catarina durante operação contra crimes cibernéticos e lavagem de dinheiro – Foto: Divulgação/PF/G7SC

Criminosos invadiram contas de 40 prefeituras, roubaram milhões em criptoativos e lavaram dinheiro com imóveis e empresas de fachada

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (20) duas operações simultâneas, denominadas “Cryptoscam” e “Wet Cleaning”, com o objetivo de desarticular organizações criminosas envolvidas em fraudes cibernéticas, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros. As investigações apontam que os grupos movimentaram cerca de R$ 210 milhões nos últimos cinco anos.

Na operação “Cryptoscam”, os agentes cumpriram mandados em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Maranhão, visando uma organização criminosa baseada em Ponta Grossa (PR), composta por familiares. O grupo é suspeito de furtos de criptoativos e fraudes bancárias, incluindo um ataque cibernético que resultou no roubo de US$ 1,4 milhão de um cidadão de Singapura. Estima-se que tenham movimentado R$ 100 milhões entre 2020 e 2025. Após se mudarem para Balneário Camboriú em 2021, os suspeitos teriam ocultado os valores ilícitos por meio da compra de imóveis de luxo, veículos e investimentos em criptoativos.

A operação “Wet Cleaning” teve início com a prisão de uma mulher apontada como uma das maiores estelionatárias do país. A investigação revelou conexões com outros suspeitos envolvidos em fraudes contra bancos, furtos de caixas eletrônicos, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. O grupo utilizava empresas formais dos setores de construção civil, informática e transporte de cargas para movimentar valores ilícitos, totalizando cerca de R$ 110 milhões em criptoativos.

As ações contaram com o cumprimento de 26 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de prisão, além do sequestro de bens e valores em nome de investigados e empresas ligadas às organizações. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e mapear conexões nacionais e internacionais dos grupos criminosos.

Cidades com mandados judiciais: Joinville (SC), Camboriú (SC), Itapema (SC), Piçarras (SC), Poá (SP), Guarulhos (SP), Ribeirão Preto (SP), Ponta Grossa (PR) e São Luís (MA).