Novas tarifas serão aplicadas globalmente e preveem isenção para empresas que começarem obras nos EUA
O presidente dos Estados Unidos anunciou uma nova leva de tarifas sobre importados que vai atingir medicamentos, móveis e caminhões pesados, com vigor a partir de 1º de outubro. As sobretaxas variam de 25% a 100%, dependendo da categoria do produto.
Na mira principal estão os medicamentos de marca ou patenteados, que poderão sofrer taxação de até 100%, exceto nos casos em que as empresas já estejam iniciando ou realizando obras de fábricas em solo norte-americano. Para caminhões grandes importados, foi estipulada uma tarifa de 25%.
Um novo imposto de 50% será aplicado a armários de cozinha, gabinetes de banheiro e itens correlatos, enquanto móveis estofados importados terão sobretaxa de 30%. Todas as medidas valem para produtos vindos de qualquer país, independentemente de acordos comerciais vigentes.
O anúncio foi feito por meio da rede social oficial do presidente, que justificou as tarifas como forma de proteger a indústria local e combater uma suposta “inundação” de produtos estrangeiros no mercado interno. Ele afirmou ainda que os encargos sobre remédios serão dispensados se a construção já estiver em curso.
As medidas se apoiam em dispositivo legal conhecido como Seção 232 da Lei de Expansão Comercial, que autoriza o governo a impor tarifas em casos de risco à segurança nacional ou dependência estrutural de importações. Esse mecanismo já foi usado anteriormente para aço, alumínio e automóveis.
Especialistas alertam para os riscos dessas medidas, que podem gerar inflação nos preços ao consumidor e atritos diplomáticos. O setor da saúde teme uma elevação nos custos de medicamentos e insumos, o que pode refletir no bolso dos pacientes e nos planos de saúde.
O setor automotivo e de móveis também expressa preocupação: muitos caminhões são montados fora do país, e cadeias produtivas dependem de componentes internacionais. Agora, os processos administrativos relativos a essas tarifas serão avaliados por órgãos regulatórios e judiciais, e o Congresso americano poderá questionar sua aplicação.