Redução no preço da gasolina anunciada pela Petrobras deve refletir gradualmente no valor cobrado nos postos — Foto: Divulgação

Corte de R$ 0,14 por litro vigora a partir de 21 de outubro, com impacto ainda limitado nos postos

A Petrobras comunicou na última segunda-feira que reduzirá em 4,9% o preço da gasolina A vendida às distribuidoras, a partir de 21 de outubro de 2025. Com isso, o valor médio que sai das refinarias passará de R$ 2,85 para R$ 2,71 por litro, uma diminuição de R$ 0,14 por litro. Este é o segundo corte promovido pela empresa ao longo do ano, que acumula uma queda de R$ 0,31 por litro, equivalente a cerca de 10,3% em 2025.

Considerando desde dezembro de 2022, a redução alcança 22,4%, ajustada pela inflação. A gasolina A é o combustível puro que a estatal fornece às distribuidoras — antes de receber a adição obrigatória de etanol anidro — e representa apenas parte do preço final que chega às bombas. A queda pode influenciar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já que combustíveis têm peso significativo no cálculo da inflação. Mesmo assim, especialistas alertam que o consumidor nem sempre verá o impacto imediatamente, pois o valor pago nos postos depende de outros fatores como impostos estaduais, logística, margem de revenda e mistura de etanol.

A Petrobras reforçou que sua política de preços busca “equilíbrio entre condições do mercado interno e externo”, evitando repasses automáticos da volatilidade internacional. A estatal também afirmou estar comprometida com o abastecimento nacional e com medidas que promovam previsibilidade no setor. Para os motoristas, a redução representa uma boa notícia — ainda que o repasse para as bombas possa levar tempo e variar por região. Governos estaduais e revendedores terão papel determinante para que o ajuste reflita no preço final.

A iniciativa se soma a uma tendência de acomodação de custos no mercado brasileiro de combustíveis, num momento em que fatores externos como câmbio e custo do barril pressionam o setor. No fim, a medida é um respiro para o bolso dos consumidores, mas mais eficaz se combinada com reformas estruturais que reduzam tributos e otimizem logística.