Mandado invoca risco de fuga, violação de tornozeleira e vigília de apoiadores em frente à residência do ex-presidente
Na manhã deste sábado (22), o ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente pela Polícia Federal em Brasília, por determinação do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). O mandado atendeu à solicitação da corporação, que relatou risco de fuga após violação da tornozeleira eletrônica e mobilização de apoiadores em vigília convocada em frente à residência do ex-presidente. Segundo a decisão, às 0h08 o monitoramento registrou tentativa de remoção do dispositivo de tornozelo, e o contexto apontava para possível evasão para exterior ou apoio de terceiros.
Bolsonaro já cumpria prisão domiciliar desde agosto, após condenação a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado, em setembro. O despacho de Moraes incluiu que a prisão deveria ocorrer “sem uso de algemas e sem exposição midiática”, garantindo tratamento com dignidade. Ele foi conduzido à superintendência da PF no Setor Policial Sul, em Brasília, por volta das 6h35.
A defesa do ex-presidente argumentava fragilidade de saúde e pediu manutenção da prisão domiciliar, o que foi rejeitado. O governador do Distrito Federal e autoridades federais acompanharam o cumprimento da ordem. Uma audiência de custódia está prevista ainda neste domingo. A decisão já provoca repercussão nacional, dividindo reações entre aliados que denunciam perseguição e a oposição que vê reafirmação do Estado de Direito.
Nos bastidores, interlocutores destacam que o dispositivo de tornozeleira tinha sido violado e que a vigília favoreceria uma eventual fuga ou obscuridão de rastreamento. A PF confirmou que medicamentos do ex-presidente foram levados à cela, e que o ambiente seguiria rígido controle. Enquanto isso, manifestações de apoiadores já se iniciou nas proximidades da superintendência. O episódio torna-se mais um capítulo de tensão política no país, suscitando reflexões sobre segurança jurídica, impunidade e polarização.










