
Pietra Travassos, de 18 anos, sofre ofensas nas redes sociais e reafirma seu papel como símbolo de representatividade
Aos 18 anos, Pietra Travassos viveu na última sexta-feira (17) um momento de vitória e expectativa: foi eleita Miss Santa Catarina 2026, representando o município de Siderópolis. A jovem, natural do sul do estado, celebrou o título com emoção, afirmando ter realizado um sonho. Contudo, logo após a coroação, começou a receber uma onda de ataques nas redes sociais. Comentários racistas questionavam sua legitimidade, afirmando que teria sido eleita “por cota” ou que “Santa Catarina não é um zoológico”.
Diante da violência digital, Pietra compartilhou em seu Instagram um texto forte e consciente: “Infelizmente, o racismo ainda tenta apagar o brilho que não consegue compreender. Mas não há coroa mais bonita do que aquela que desafia padrões e abre caminho para tantas outras.” Para ela, a escolha vai além da beleza física — trata da história que representa e da luz que carrega.
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A jovem se torna a segunda mulher negra a vencer o concurso estadual; a primeira, Bruna Valim, apontou anteriormente as mesmas questões de representatividade. Nas redes, o apoio se espalhou: “Que a vitória dela inspire, eleve e lembre: não vamos mais pedir espaço, vamos ocupar. E brilhar!”, escreveu uma seguidora.
Especialistas em comportamento apontam que o episódio evidencia não apenas um caso de intolerância, mas uma resistência simbólica, que coloca na vitrine temas como diversidade, racismo e pertencimento. A organização do concurso ainda não se manifestou sobre os ataques, mas o repercutido alerta reacende os debates sobre inclusão nos concursos de beleza. Agora, Pietra se prepara para representar Santa Catarina na etapa nacional, assumindo também o papel de inspiração para outras jovens que buscam coroa e voz.









