
Estudo inédito da FGV mostra endividamento de bares e restaurantes e propõe medidas para estimular produtividade e empregos formais
A Abrasel SC apresentou em Brasília um plano estratégico para o setor de alimentação, com foco na redução da informalidade e estímulo à formalização de bares e restaurantes. A proposta foi entregue a senadores e deputados federais catarinenses e baseia-se em estudo inédito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que analisou a situação financeira das empresas do setor.
O levantamento aponta que a maioria dos estabelecimentos enfrenta endividamento significativo e destaca a importância econômica da atividade. O setor emprega cerca de 4,9 milhões de pessoas, correspondendo a 7,9% dos empregos formais e representando 5,3% do PIB nacional. Para cada R$ 1.000 gastos em bares e restaurantes, R$ 3.650 retornam à economia local, evidenciando seu impacto financeiro e social.
Juliana Débastiani, presidente da Abrasel SC, explica que a desoneração da folha de pagamento é a principal proposta para incentivar a formalidade. A medida prevê isenção de encargos sobre o primeiro salário mínimo de novas contratações a partir de 2026. O objetivo é facilitar a transição do Simples Nacional para o novo modelo tributário, estimulando a criação de empregos formais.
Atualmente, 41% do setor opera na informalidade. Segundo Débastiani, a desoneração poderia reduzir a informalidade em até 10% nos dois primeiros anos, beneficiando trabalhadores e preservando a competitividade das empresas. O estudo também revela que 30% dos negócios estão endividados, e 75% desses não conseguem cumprir seus parcelamentos.
A iniciativa reforça o papel do setor como gerador de empregos e oportunidades, especialmente para jovens em seu primeiro emprego, e propõe medidas estratégicas para fortalecer a economia e garantir sustentabilidade das empresas.