Catarina Kasten foi encontrada morta na trilha do Matadeiro Foto: Divulgação

Denúncia do Ministério Público e lançamento de programa estadual ampliam rede de apoio diante do aumento da violência de gênero

O Ministério Público de Santa Catarina apresentou, na segunda-feira (1º), a denúncia formal contra o jovem de 21 anos investigado pela morte de Catarina Kasten. Ele foi acusado de feminicídio, estupro e ocultação de cadáver, além de ser investigado por um crime sexual anterior contra uma idosa no Sul da Ilha — fato que reforçou o alerta sobre riscos e falhas na proteção de mulheres em Florianópolis.

Segundo a promotoria, os indícios coletados mostram que o ato não foi isolado e teria relação com a tentativa de evitar responsabilização por violência sexual. O caso reacendeu debates sobre segurança em trilhas, espaços de passagem e áreas pouco monitoradas da cidade, especialmente para mulheres que circulam sozinhas no início da manhã ou à noite.

Para moradores da região e grupos de proteção feminina, o avanço da investigação representa um movimento essencial para responsabilizar o autor e impedir novos episódios. Família e amigos veem a denúncia como um passo crucial rumo à justiça — e esperam que o processo penal garanta respostas firmes e impeça novos atos violentos.

Ações do governo após o caso Catarina Kasten

Em meio à repercussão do feminicídio, o Governo de Santa Catarina anunciou a criação de 26 novas delegacias especializadas de combate à violência contra a mulher. O pacote integra uma estratégia de fortalecimento da rede de proteção e foi apresentado junto ao lançamento do programa Catarinas por Elas, que reúne ações de prevenção, acolhimento e apoio às vítimas.

A vice-governadora Marilisa Boehm destacou que a iniciativa reforça o compromisso do Estado com a segurança das mulheres, ampliando o atendimento humanizado e facilitando o acesso a serviços de apoio. Os municípios contemplados e o cronograma de implantação ainda serão divulgados.

O anúncio ocorre após um mês de novembro marcado por uma escalada nos casos de feminicídio em Santa Catarina, com ao menos nove mortes registradas. O crime contra Catarina, que estudava na UFSC, tornou-se símbolo dessa urgência e impulsionou novos pedidos por políticas públicas consistentes para prevenção e proteção.