Mulheres privadas de liberdade participam de atividades de capacitação e produção nas unidades prisionais de SC – Foto: Divulgação/Sejuri

Unidades femininas do estado oferecem qualificação, produção e oportunidade real de reinserção social

Em Santa Catarina, o trabalho deixou de ser apenas uma ocupação diária para mulheres privadas de liberdade e passou a se consolidar como ferramenta de reintegração social. No estado, mais de 600 mulheres cumprem suas penas engajadas em atividades laborais nas unidades femininas de Chapecó, Itajaí, Joinville, Criciúma, Florianópolis e Ituporanga.

Na Penitenciária Feminina de Criciúma, por exemplo, são produzidas mais de 8 toneladas de pães, salgados e doces por mês, em um pavilhão industrial instalado dentro da própria unidade. As internas participam de todo o processo: da preparação da massa até a embalagem dos produtos, que depois vão para comercialização.
A linha de produção é diversificada — pão francês, integral, de milho; salgados fritos e assados; pizzas, brigadeiros e tortas congeladas — evidenciando que muitos desses programas não só ocupam tempo, mas promovem qualificação em rotinas reais de trabalho.

Hoje, 56 mulheres atuam em Criciúma e, com a renovação do convênio, a expectativa é ampliar para até 102 vagas. Mais do que meramente cumprir uma pena, essas mulheres recebem capacitação profissional, aprendem disciplina, responsabilidade e foco em metas — elementos fundamentais para um retorno mais seguro à sociedade.
A secretária de Justiça e Reintegração Social afirma que “o trabalho é uma ferramenta transformadora”, capaz de reconstruir autoestima, oferecer oportunidades e abrir portas para uma nova vida.

Em outras unidades do estado, o trabalho assume novas formas: em Chapecó, 127 detentas produzem artigos têxteis; em Joinville, 56 mulheres atuam em cozinhas por meio de parcerias com nutrição; em Ituporanga, 37 mulheres combinam malharia e serviços de cozinha.

Essas ações, coordenadas pela secretaria estadual, reafirmam que o trabalho nas unidades femininas vai além da execução de tarefas — é um elo entre pena cumprida e vida reconstruída, numa perspectiva de cidadania e crescimento pessoal.