
Novas regras elevam teto de imóveis, trazem flexibilização da poupança e ampliam oferta para a classe média
A Caixa Econômica Federal anunciou nesta sexta-feira (10) o retorno ao financiamento de até 80% do valor de imóveis residenciais, reforçando sua participação no mercado habitacional. A medida foi apresentada durante o lançamento do novo modelo de crédito imobiliário e reflete mudanças nas regras de uso do FGTS e dos recursos da poupança, que ampliam a capacidade de financiamento.
Até novembro de 2024, a Caixa limitava o financiamento a 70%, mas com a nova estrutura, o percentual de 80% vale para contratos na modalidade Sistema de Amortização Constante (SAC). Em contraste, para o modelo Price, em que as prestações são fixas, o limite permanece em 70%.
Além do percentual ampliado, o teto dos imóveis que podem ser financiados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) foi elevado de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Isso torna mais imóveis elegíveis ao crédito público.
Outro ponto central da mudança é a liberação de parte dos depósitos compulsórios e novas regras para direção dos recursos da poupança. Agora, recursos antes retidos poderão ser utilizados para financiar habitação, o que potencializa o volume de crédito disponível.
Segundo a Caixa, com as alterações, estima-se que a instituição possa financiar mais 80 mil moradias até 2026, com injeção adicional de crédito no setor imobiliário.
Os juros máximos para os contratos no SFH ficam limitados a 12% ao ano. A expectativa é que as taxas práticas fiquem próximas a esse teto, em especial porque a limitação dá previsibilidade ao mercado.
As mudanças entram em vigor a partir de 13 de outubro de 2025, com período de transição até 2027. Nesse lapso, mecanismos escalonados vão adaptar o sistema para as novas exigências regulatórias.
Para quem busca imóvel, o novo cenário representa uma oportunidade para reduzir o montante de entrada, já que será necessário aportar menos recursos próprios. Ao mesmo tempo, abre espaço para segmentos da classe média que antes ficavam de fora do crédito subsidiado.
Ainda assim, especialistas alertam que a efetividade da medida dependerá da regulamentação final, da capacidade dos bancos em ofertarem crédito e da evolução das taxas de juros gerais da economia.