Sentença em Imbituba reforça combate à violência contra a mulher; família encontra alívio parcial após sete anos de espera
Após dois dias intensos de julgamento, a Justiça de Imbituba anunciou uma decisão que trouxe alívio parcial à família de Isadora Viana Costa. Na madrugada desta sexta-feira (5), Paulo Odilon Xisto Filho foi condenado a 12 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio qualificado por feminicídio. O veredito veio depois de quase 30 horas de debates, análise de milhares de páginas do processo e exibição de dezenas de horas de gravações.
O Conselho de Sentença acolheu a tese do Ministério Público, representado pelos promotores Geovani Tramontin e Patrícia Zanotto, e reconheceu a gravidade do crime. Segundo as provas apresentadas, o réu agrediu Isadora de forma brutal, provocando sua morte, e ainda tentou encobrir os fatos. A Justiça determinou também a perda do cargo público exercido por ele.
O caso ocorreu em maio de 2018. Naquela manhã, Isadora pediu ajuda após o namorado passar mal em razão do consumo de drogas, o que teria despertado a fúria do réu. A defesa tentou sustentar que a jovem havia sofrido uma convulsão, mas a perícia confirmou que a causa da morte foram as agressões.

Durante o julgamento, familiares da vítima relataram a dor da perda. A irmã gêmea, Mariana, afirmou: “A Isadora era minha melhor amiga, e nunca mais vou tê-la ao meu lado”. O pai, Rogério, disse que o coração ficou “um pouco mais leve” com a condenação, enquanto a mãe, Cibelle, agradeceu a atuação do Ministério Público e destacou que, apesar da dor eterna, o nome da filha foi honrado.
Com a decisão, o réu teve negado o direito de recorrer em liberdade e foi levado diretamente ao presídio. A sentença encerra um longo ciclo de sete anos de espera e representa um marco no enfrentamento à violência contra a mulher em Santa Catarina.
Fonte: MPSC