Início da pesca em maio mobiliza comunidades costeiras e pressiona STF por liberação de cotas para pescadores catarinenses
Com a chegada de maio, Santa Catarina vive mais uma vez o ritual de preparação para a pesca da tainha — prática centenária que move economias locais e fortalece laços culturais. Nas praias de norte a sul, pescadores artesanais reformam redes, limpam barcos e renovam a esperança de uma boa temporada, após indícios promissores de cardumes já avistados no litoral.
A safra 2025 começa com entusiasmo, mas também sob tensão. Uma limitação federal inédita restringe o volume de pesca artesanal no estado, o que levou o governo catarinense a recorrer ao STF. A Procuradoria-Geral do Estado entrou com ação para derrubar a norma que, segundo o secretário de Pesca Tiago Bolan Frigo, trata Santa Catarina de forma desigual em relação a outras unidades da federação.
Apesar do impasse jurídico, as colônias estão otimistas. A boa formação dos ventos sul e as temperaturas das águas são favoráveis à aproximação dos cardumes. O estado apoia a atividade com incentivos como subsídio no óleo diesel e suporte técnico aos pescadores.
A pesca artesanal, reconhecida como Patrimônio Cultural catarinense, mantém viva a tradição do “lanço” de canoa de praia. Nas palavras de Nildo dos Santos, pescador da Praia Brava: “Estamos prontos. É nossa vida, nosso sustento e nossa história.”