Investigação mira organização criminosa e busca esclarecer possíveis vantagens políticas e disseminação de desinformação
A Operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira, 8, tem como alvo principal o ex-presidente Jair Bolsonaro, suspeito de envolvimento em uma organização criminosa que planejava um golpe de Estado. A Polícia Federal solicitou que Bolsonaro entregasse seu passaporte em 24 horas, medida autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Fábio Wajngarten, advogado do ex-presidente, afirmou que o passaporte será entregue, enquanto um auxiliar direto, também investigado, foi instruído a retornar a Brasília para cumprir a ordem de não se comunicar com os demais envolvidos. Bolsonaro está proibido de manter contato com outros alvos da operação, incluindo Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL.
Além de Bolsonaro, foram alvos o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto, entre outros aliados. A PF prendeu Filipe G Martins, ex-assessor de assuntos internacionais, o ex-integrante da segurança presidencial coronel Marcelo Câmara e realizou busca e apreensão na residência de Tércio Arnaud, ex-comandante do “Gabinete do Ódio”.
A investigação visa apurar se o grupo obteve vantagens políticas com a permanência de Bolsonaro no poder, especialmente ao disseminar a narrativa de fraudes nas urnas. São cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a entrega de passaportes e a proibição de se ausentarem do país.