
Dono do Banco Master deixa prisão preventiva, mas será monitorado por tornozeleira eletrônica e proibido de atuar no setor financeiro
A Justiça Federal revogou nesta sexta-feira (28) a prisão preventiva de Daniel Vorcaro, ex-proprietário do Banco Master, por decisão da desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal da 1ª Região. A medida também beneficia outros quatro investigados na Operação Compliance Zero — mantidas as investigações, mas com medidas cautelares alternativas.
De acordo com o despacho, embora a prisão preventiva tivesse sido justificada no início do processo, não foram constatados indícios atuais de violência ou grave ameaça que justificassem sua manutenção. A magistrada entendeu que riscos como fuga ou interferência nas provas podem ser controlados com medidas menos gravosas.
Entre as determinações impostas estão uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com outros investigados, ex-funcionários e testemunhas, suspensão de atividades de direção ou administração de empresas relacionadas ao caso e restrição para deixar o município ou viajar ao exterior. Além disso, o passaporte foi retido e haverá comparecimento periódico em juízo.
A decisão também acolhe o argumento da defesa de que a viagem internacional planejada por Vorcaro — apontada como possível fuga — tinha sido previamente comunicada ao Banco Central, por motivos de negociação da instituição. Assim, a Justiça considerou haver garantias suficientes para substituir a prisão por medidas cautelares.
A mudança de entendimento marca uma nova fase do processo. Embora em liberdade provisória, todos os investigados continuam respondendo às apurações e seguem sujeitos a monitoramento e restrições. A Justiça Federal reforça o compromisso com o contraditório e a ampla defesa, sem prejuízo das investigações.
No mercado financeiro, a revogação da prisão de Vorcaro gera alívio imediato, mas também cautela, já que a denúncia sobre suposta fraude bilionária envolvendo carteiras de crédito vendidas ao BRB segue sob análise. A expectativa agora se concentra na avaliação técnica das operações e na eventual responsabilização.
Fonte: Metrópoles









