
Operação “Pecado Capital” cumpre 91 mandados, bloqueia R$ 500 milhões e mira rede que ocultava lucros do tráfico
Uma megaoperação da Polícia Civil de Santa Catarina colocou sob cerco uma organização criminosa que vinha usando casas de prostituição e empresas-fachada na Grande Florianópolis para lavar recursos oriundos do tráfico de drogas. Batizada como Operação Pecado Capital, a ação cumpriu 91 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de prisão preventiva em seis estados, entre eles Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Goiás e Amazonas.
A Justiça determinou o bloqueio de cerca de R$ 500 milhões em bens atribuídos ao grupo criminoso — entre imóveis, fazendas avaliadas em mais de R$ 100 milhões e veículos de luxo — evidenciando a escala da estrutura financeira que sustentava o esquema.

De acordo com a investigação, o núcleo utilizava três frentes principais: empresas inexistentes ou de fachada, casas de prostituição para movimentar numerário de difícil rastreamento, e fazendas em regiões remotas para alocar valores expressivos.
Uma das casas de prostituição localizadas era operada por um casal que agia como elo direto entre o tráfico e a lavagem, tornando-se peça estratégica para embutir valores ilícitos no circuito econômico ostensivo. A operação mobilizou 170 policiais civis em Santa Catarina e mais 70 agentes de outros estados, numa ação articulada para desmontar a parte patrimonial da organização e atingir quem, mesmo sem contato direto com entorpecentes, se beneficiava dos lucros.
Para as autoridades, esse tipo de esquema — que associa tráfico de drogas, exploração sexual e lavagem — representa um sofisticado desafio à segurança pública, exigindo articulação entre investigação criminal, inteligência financeira e cooperação interestadual.
Agora, o foco se volta para o desdobramento: identificação de outros envolvidos, rastreamento de recursos e atuação para que os valores bloqueados retornem aos cofres públicos ou sejam usados em políticas sociais. A resposta institucional à altura do dano financeiro-criminal é fundamental para que a mensagem seja clara: o crime organizado não pode prosperar impune.
Fonte: ND+









